História sobre as imagens da padroeira da cidade
A primeira Imagem
O padre Tomé de Carvalho, 1º pároco da freguesia de Nossa Senhora da Vitória - Oeiras/PI, preocupado com os índios Jaicós, que se tornaram hostis, reagindo uns com a arma da vingança traiçoeira, outros, com a fuga, se embrenhando pelas matas do Parnaguá e Sul Maranhense. Esta situação levou a um pedido de socorro ao Mestre de Campo Bernardo de Carvalho, que se dispôs a aldeiar aqueles rebelados e escreveu ao Cel. Antônio Borges Marim, rico Pernambucano com muitas terras no Piauí em 13 de junho de 1714, pedindo-lhe que ajudasse não só a aldeiar os índios já dispersos, mas ainda que aceitasse ao Arraial em suas terras. Marim prontamente concordou com Bernardo de Carvalho e pessoalmente foi com suas tripas atender ao pedido do amigo. Após uma dificílima marcha de seis meses, se conseguiu que voltasse ao Piauí pouco mais de uma centena de Jaicós que foram aldeiados com carinho nas melhores terras do Cel. Marim, no lugar conhecido por nome Cajueiro, onde hoje esta a Cidade de Jaicós. Já nesta época os Jaicós tiveram um missionário consigo que segundo o padre Cláudio Melo, no livro de "Fé e Civilização", ter sido um SACERDOTE MERCEDÁRIO, porque a aldeia foi consagrada a Nossa Senhora das Mercês e o mestre de campo Bernardo de Carvalho era grande amigo dos religiosos Mercedários do Maranhão. Possivelmente, a primeira IMAGEM de Nossa Senhora das Mercês tenha chegado durante este primeiro aldeiamento. Esta imagem é esculpida em madeira, com cerca de 43cm de altura, ainda existe, bem guardada em perfeito estado de conservação, embora esteja totalmente repintada e necessitando de profundo trabalho de restauro. Esta imagem tem aproximadamente em 300 anos.
Segunda Imagem
A imagem atualmente utilizada no Nicho do Altar-Mor, também esculpida em madeira, totalmente repintada, necessitando de profundo trabalho de restauro. É mas mais recente, foi doada em fins do século XIX, por Dona Ana Maria do Rosário, esposa do fazendeiro Sr. Joaquim Francisco Lopes dos Reis, morador na data Poço do Boi do município de Jaicós. Tal doação teria sido feita em virtude de promessa da referida Senhora para alcançar a graça da maternidade, pois era estéril. Obtido na graça, dirigiu-se com seus escravos à Salvador, capital baiana. A imagem foi conduzia pelos escravos em uma liteira. Foi uma viagem longa e penosa, a distância de Jaicós a Salvador é de aproximadamente de 1200 quilômetros. Quando a imagem era trazida por Dona Ana e seus escravos, muitos fazendeiros habitantes do percurso faziam questão de acompanhar a imagem no território de suas fazendas. Fato que contribui para dar ao cortejo um caráter processional e solene. Tão logo chegaram à Jaicós, Dona Ana e seus escravos conduziram a imagem ao seu local definitivo, o Altar-Mor, onde se encontra até hoje. As despesas com a compra da imagem e os gastos da viagem de Dona Ana e seus escravos foram estivamos em dois contos de réis, parte do processo da venda de 230 bois que levaram para serem vendidos em diversas fazendas existentes no percurso.
Terceira Imagem
A terceira imagem fora adquirida pelo pároco da época, o revendíssimo Padre Mariano da Silva Neto, no ano de 1954. Conforme registro de Tombo NJ 02, páginas 46 e 46v, destinada às peregrinações que habitualmente se fazia com a segunda imagem, retirando do Nicho do Altar-mor. O pároco mandou comprar no Rio de Janeiro, pelo Sr. Alberto Luz.
Em Jaicós lembrar o mês de setembro é evocar a memória da Nossa Senhora das Mercês, então no ano de a954 o Revmº pároco padre Mariano procurou da a sua festa um cunho extraordinário, festejando conjuntamente a Padroeira e o Ano Mariano. Foi intenso o movimento Espiritual. Houve durante os festejos cerca de 2.000 comunhões. Estiverem presentes os senhores Bispo Dom Francisco Expedito Lopes, os padres: Baldoino Rodrigues, pároco de Campos Sales, Luis Antônio, vigário de Araripina, Bernardino Luz, da Diocese de Petrolina/PE e David Ângelo Leal, vigário cooperador de Picos e Pio IX. No dia da festa, 24 (vinte e quatro) de setembro de 1954, o Sr. Bispo Dom Francisco Expedito Lopes, fez benção solene da referida Imagem de Nossa senhora das Mercês.
Fonte: Vicente César Freitas Coutinho ( 02/05/2005 )